A ordem no Palácio Guanabara é jamais usar a expressão "privatização" no caso da CEDAE, e sim "concessão", que os marqueteiros consideram mais digerível pela opinião pública. É mais uma enrolação. Mas os trabalhadores da CEDAE já marcaram um protesto para o dia 6 de setembro, em frente ao BNDES. E faço questão de reproduzir o texto enviado por amigo e colaborador do blog, Vicente Portella, homem da CEDAE, que esclarece bem o que aconteceu com a concessão da água e esgoto em Niterói. Muita gente não sabe como as coisas funcionam, nem os problemas que a privatização da CEDAE pode acarretar.
"Garotinho, os Cedaeanos já estão na luta, com ato marcado para o dia 06/09 em frente ao BNDES. É o movimento "A água é nossa", com a participação dos moradores de várias comunidades atendidas com água de qualidade com tarifa social. OBS: A empresa águas de Niterói tomou todos os bens da Cedae na cidade: prédios, redes de água e esgoto, tubulações, elevatórias etc, ou seja, não investiu um centil, apenas se apropriou de bens públicos. Além do mais a água que ela vende é da Cedae e a empresa privada paga menos da metade do preço de custo por m³ por conta de uma decisão judicial. Além de ter a água subsidiada pelo estado a Àguas de Niterói cobra ao consumidor muito mais caro por essa água do que os moradores atendidos pela Cedae pagam no Rio de Janeiro. Assim é mole, né? Ser empresa privada sustentada pelos impostos da população, pelo dinheiro público, é o melhor dos mundos. Não haveria como prestar um serviço ruim. Na verdade só a roleta é privatizada em Niterói..."