Daqui a pouco às 10 horas, policiais civis e militares, bombeiros e funcionários do Desipe vão protestar na ALERJ contra o pacote de maldades de Pezão. Ontem alguns comandantes de batalhões começaram a marcar reuniões com seus comandados para o mesmo horário para impedir a participação da tropa no protesto. Mas à tarde, o comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias anunciou que todos os policiais de folga estão liberados para ir à manifestação. Com isso os comandantes de unidades cancelaram as reuniões.
Mas leiam a carta aberta à população, divulgada pelas associações de oficiais e praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
"As Associações de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar abaixo nominadas, por meio desta Carta Aberta, vêm a público mostrar a sua perplexidade e insatisfação, manifestando-se de acordo com o que segue:
Grave momento vive o Estado do Rio de Janeiro, e, em especial, a segurança pública. O Governo não possui limites. Desta vez, condenou à morte nossas viúvas, órfãos, cadeirantes... O que quer? O que almeja? Senhores, assim como “A farda não abafa o cidadão no peito do Soldado”, como bem disse o Marechal Osório, “O estômago é o órgão do corpo que mais tem pressa”, magnanimamente também o disse o Brigadeiro Castrioto, por ocasião da interpelação ao Governador da época, quando fora cortada a verba relativa à Caixa das Viúvas e Órfãos ( CVO), da PM do antigo Estado do Rio de Janeiro.
Atenção elite, cuidado! Tropa com fome resmunga, em algumas situações marcha no mesmo lugar, mas continua cumprindo sua missão, comendo calango, tapuru, bebendo água de chuva... Mas, cadeirantes, esposas, viúvas, filhas e filhos, órfãos, com fome podem fazer a Tropa transformar-se em bando. E, bando não tem hierarquia, não tem disciplina, não tem temor reverencial! Na vida, tudo tem limite, só que o limite e a postura do bando, são completamente diferentes do limite e da postura da Tropa. O bando formado por homens e mulheres treinados, experientes, decepcionados, indignados, desesperados. E, em Armas!
Sinalizamos que essa crise é sazonal e tem solução. Dentre outras ações, sugerimos a constituição de uma Força-Tarefa para combater a sonegação fiscal, suspender as renúncias fiscais e aumentar a arrecadação, a exemplo do que fez o Estado de Goiás, com total sucesso."
A situação é grave e dramática.