avelino ferreira - campos dos goytacazes
Sobre a prisão de Garotinho
A prisão do ex-governador Anthony Garotinho, para além da injustiça, revela o assanhamento de uma direita fascista que golpeou Dilma, persegue Lula e, concomitantemente, se volta contra as lideranças populares nos Estados. Usando as leis e as armas e acobertada por uma mídia antiética, criminosa, usa a força, aliada aos erros das lideranças socialistas e sociais democratas, para evitar que o projeto neo liberal seja derrotado em 2018. Os liberais Tomaram o poder através de um golpe e quer mantê-lo afastando, mesmo que por alguns anos, os líderes populares, dos embates eleitorais. Para tanto, têm que macular a imagem daqueles que são considerados obstáculos a transpor.
Parte da esquerda no Estado do Rio, equivocadamente, combate Garotinho, como combatia o Brizola. Além de injusto, é um erro grave, pois a direita jamais atenderá os anseios do povo brasileiro que juramos defender. Defender Dilma e Lula e atacar Garotinho é tão sem sentido que causa-me espanto que assim seja. E é tudo que o statu quo deseja.
Prender pessoas como bandidos, porque, supostamente, cometeram abusos na eleição, ofertando benesses em troca de votos (esta é a acusação) é passível de uma ação na Justiça Eleitoral e, caso seja comprovado o abuso, que os mandatos dos eleitos sejam cassados.
Mas o ódio fala mais forte. Ódio ao Garotinho, claro, que não teme em denunciar os abusos de parte do Judiciário (não é de hoje). Aliás, não conheço outro político de renome que, mesmo sem mandato e sem foro privilegiado, tem a coragem de acusar os desmandos de juízes e promotores que extrapolam seu papel constitucional.
Muitos políticos criminosos que fizeram fortuna com o dinheiro público, a exemplo de Sérgio Cabral, no Estado do Rio, estão soltos e continuarão soltos. Para satisfazer a sede de sangue de parte da sociedade, até prendem alguns para justificar as ações que ganham formato de legais. Mas o Garotinho, que já teve sua vida vasculhada, virada pelo avesso, não curte mordomias, não consome o dinheiro público com anéis, viagens sequenciais à Paris, mansões e contas na Suiça. Então, prendem-no para que explique o porque permitiu (nem prefeito ele é) que uma Secretaria de Promoção Social desse aos pobres de sua cidade um cheque cidadão no valor de R$ 200 reais, ampliando um programa que existe desde 2009, aliás.
Mas Garotinho teve a audácia de acusar o delegado federal de Campos de abuso de poder e provou que o mesmo fazia campanha para um candidato de oposição. O promotor e o juiz do caso há muito vêm sendo denunciados por Garotinho de abusarem do poder. Quando juntaram-se o juiz, o promotor e o delegado federal, o veneno escorreu à vontade e as arbitrariedades lembram alguns filmes sobre o Oeste americano. Só que o delegado e o juiz não mandam matar e, sim, prender.
E os caras destilam o veneno orando ao deus judeu e até ao filho dele (que ele teve com Maria) sinônimos, para eles, de justiça e bondade. Quanta desfaçatez!
Mas eles irão para o lixo da história, na qual Garotinho constará como uma das maiores e principais lideranças do Estado e do país.