Acabou a amizade de 40 anos de Sérgio Cabral com Carlos Emanuel Miranda, o Avestruz, presos na mesma cela, em Bangu 8. O motivo real da briga não é porque Cabral queira proteger Jorge Pìcciani, Paulo Melo e outros deputados estaduais, que Carlos Emanuel está negociando entregar na sua delação premiada. A questão é que Cabral acha sua delação, que também está sendo negociada, pode ficar prejudicada se o Avestruz contar antes os mesmos fatos. Por isso trocaram sopapos na cela de Bangu 8.
Só para situar vocês, Carlos Emanuel Miranda não era apenas operador financeiro de Cabral, inclusive sendo a pessoa que pagava e apanhava as joias compradas para Adriana Ancelmo nas joalheiras H. Stern e Antonio Bernardo. Conforme nosso blog denunciou há vários anos, com exclusividade, o Avestruz é sócio do irmão de Cabral, Maurício Cabral, na LGR Consultoria e Participações LTDA, e do próprio Cabral, na SCF Comunicação e Participações LTDA. Os dois são amigos desde a adolescência, e era Carlos Emanuel quem fazia a Declaração de Imposto de Renda de Cabral, Adriana Ancelmo, filhos e até a primeira mulher do ex-governador, Susana Neves Cabral.
É bom lembrar que recentemente Cabral já quase tinha chegado às vias de fato com Hudson Braga, o Braguinha, seu secretário de Obras. O motivo foi o mesmo. Cabral não queria que Braguinha fizesse delação premiada sem combinar tudo com ele.
É aquela história, na alegria, quando os milhões entravam, a amizade prosperava. Agora na tristeza, atrás das grades, numa cela de Bangu 8, é cada um por si e os outros que se virem. O clima está quente em Bangu 8.
Resta saber se o secretário de Administração Penitenciária, coronel Erir Ribeiro, ex-comandante da PM no governo Cabral, vai fazer a anotação de mau comportamento, por briga, na ficga de presidiário de Sérgio Cabral. Anotações por mau comportamento tiram regalias dos presos e impedem até o privilégio da mudança de regime em caso de condenação. Será que a briga vai para a ficha de Cabral?