Primeiro foi o Papa Francisco que declinou do convite oficial de Michel Temer para vir à celebração dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, que acontecerá em outubro, respondendo com uma crítica clara às reformas que o governo pretende aprovar, e que penalizam os trabalhadores. Aliás, a CNBB já havia se posicionado contra essas reformas. O papa se posicionou na resposta a Temer: "Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira".
Hoje, na cerimônia em que o juiz Sérgio Moro foi condecorado com a Ordem do Mérito Militar, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, falou que o país passa por "aguda crise moral, expressa em incontáveis escândalos de corrupção, nos compromete o futuro", que ainda criticou a sobreposição de "lutas por interesses pessoais e corporativos" ao interesse nacional.
Temer, que cumprimentou Moro rapidamente, fez cara de paisagem, mas o constrangimento era claro. Aliás, nenhum dos oito ministros investigados na delação da Odebrecht deu as caras. O governo agoniza, mas Temer finge que está tudo bem.