Houve um tempo em que os três personagens da foto acima eram "queridinhos" da Globo. Colunistas os incensavam, às vezes quase os colocando numa galeria de heróis da pátria, eram tratados como visionários, enaltecidos em reportagens do Jornal Nacional. Os malfeitos, as tramoias, para usar uma palavras amenas, eram ignorados não apenas pelos veículos das Organizações Globo como também pela maior parte da mídia.
Até que Sérgio Cabral foi preso e, uma a uma das denúncias da roubalheira praticada por sua quadrilha foram sendo confirmadas pela força tarefa da Lava Jato. Hoje condenado três vezes, com penas somadas de 72 anos, além de réu em mais 13 processos, Cabral passou a ser bombardeado por aqueles que o aplaudiam, fingindo espanto, surpresa com a trajetória criminosa do ex-governador.
Ontem, como podem ver na reprodução acima, todos os colunistas nacionais do Globo voaram no pescoço de Aécio Neves, como aliás, começaram a fazer quando o Brasil tomou conhecimento da escandalosa gravação onde, entre outras coisas, pede a Joesley Batista, da JBS, propina de R$ 2 milhões. Somado às delações e provas de contas no exterior, propinas e outros esquemas de corrupção, Aécio Neves é hoje, ao lado de Eduardo Cunha e outros, um dos maiores símbolos da política podre, que faz negócios para botar no bolso o dinheiro público.
Por enquanto o Globo ainda mantém a proteção a Eduardo Paes, apesar das denúncias que já vieram à tona sobre os esquemas de corrupção que praticou na Prefeitura do Rio. Mas é questão de tempo para Paes ser atingido mortalmente pela Lava Jato. Por isso Paes deveria ir se preparando para o dia em que todos os colunistas do Globo vão escrever artigos falando da decepção, de mais uma "surpresa", e do fim da linha do ex-prefeito do Rio. A hora dele está chegando.