O ex-superintendente de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa Econômica Federal, Roberto Carlos Madoglio, relatou em delação premiada como o banco mudou regras para financiar as obras do Porto Maravilha e como a liberação do dinheiro para três empreiteiras teria sido motivada por pressões de Eduardo Paes, à época prefeito do Rio, e Moreira Franco, atual ministro de Minas e Energia e à época vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa.
Nos depoimentos, registrados em novembro, Madoglio relatou que pelas regras vigentes até então, o FI-FGTS, fundo de investimentos administrado pela Caixa, inicialmente não poderia investir no Porto Maravilha. Mas, em 2010, uma regra foi modificada para permitir investimento em obras urbanas consorciadas. A resolução foi publicada, segundo o delator, pelo então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que também era presidente do Conselho Curador do FI-FGTS. A partir daí, começaram as reuniões para pressionar pela liberação do dinheiro.
O consórcio das obras era formado pelas construtoras OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia.