O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) é alvo de mandado de prisão preventiva na Operação Calvário, deflagrada na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal, na capital. O atual governador João Azevêdo (Sem partido) também foi alvo de mandados de busca e apreensão. A PF investiga o desvio de recursos públicos destinados à saúde por meio de fraudes em licitações e em concurso público, corrupção e irregularidades no financiamento de campanhas e o superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos. São cumpridos 54 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná.

A PF, o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) apuram o desvio de R$ 134,2 milhões, dos quais R$ 120 milhões teriam sido destinados a políticos e às campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018.

De acordo com as investigações da PF, organizações socias criaram uma rede de prestadores de serviços terceirizados e de fornecedores com a celebração de contratos superfaturados na gestão dos Hospitais de Trauma, de Mamanguape, e o Metropolitano, em Santa Rita.

Segundo a PF, para se blindar da fiscalização do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), a organização pagou vantagens indevidas, valendo-se de contratos de “advocacia preventiva” ou contratos de “advocacia por êxito”, para ocultar ou dissimular a natureza, origem, disposição e movimentação dos valores.

Coutinho está fora do país e, por isso, a PF solicitou a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol.

A defesa do ex-governador ainda não se pronunciou sobre o mandado de prisão. Em nota, o PSB reafirma seu total apoio à apuração dos fatos e reitera confiança na conduta do ex-governador Ricardo Coutinho e dos demais investigados.

REPRODUÇÃO: O GLOBO

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