O título aí de cima é uma das manchetes de hoje do Jornal do Brasil. Infelizmente o crack se transformou em um flagelo, uma ameaça ainda mais mortal e devastadora, do que a cocaína.

Até 2006, o crack não era vendido nas bocas-de-fumo. De 2007 para cá se disseminou pelos morros e favelas e hoje existe uma multidão de jovens, adultos e até crianças completamente dependentes, que ficam andando pelas ruas sem rumo, praticando assaltos e se prostituindo para conseguir dinheiro para comprar mais crack.

O governador Sérgio Cabral é um defensor da liberação das drogas. Talvez por isso, não está nem aí para o drama de tantas famílias que têm dentro de casa pessoas dependentes químicas e que não dispõem de dinheiro para se tratar.

Foi pensando nessas pessoas, que quando fui governador criei a primeira clínica pública gratuita de tratamento de dependentes químicos do Brasil, em Santa Cruz. Depois implantei uma segunda clínica, em Valença e Rosinha inaugurou uma terceira, em Barra Mansa.

Hoje, essas clínicas estão praticamente fechando, abandonadas, falta de tudo, não há profissionais e os poucos que restam não recebem.

Enquanto isso, a cada dia mais pessoas ficam viciadas e o governador e a secretária de Assistência Social, Benedita da Silva dão as costas para o problema. Para eles – é uma triste constatação – crack deve ser um jogador de futebol.

O prefeito Eduardo Paes, aprendeu com Cabral a se aproveitar da mídia para ficar bem com a população. Convocou repórteres de todos os meios de comunicação para assistirem à destruição da cracolândia do Jacarezinho e depois de outra que fica em Copacabana (duas áreas usadas por dependentes para o consumo de crack e outras drogas).

Botou abaixo as paredes de uma meia dúzia de barracos e de um galpão e decretou: a cracolândia acabou.

Não acabou nada, prefeito. Continua e no mesmo lugar, só que agora é tudo ao ar livre, tanto em Copacabana quanto no Jacarezinho. Existem outros pontos já conhecidos onde se aglomeram os dependentes, como Manguinhos e a Glória.

Não é possível que nem o governo do Estado, nem a prefeitura implantem um programa de tratamento de dependentes químicos. O pior é que com raras exceções, a não ser por alertas e cobranças quase solitárias, como a do JB, a mídia ignore essa ameaça e finja que está tudo bem.

É preciso investir num amplo programa de recuperação e tratamento de dependentes químicos ou não sei onde vamos parar.

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