Um grande negócio. É assim que pode ser definida a Operação Choque de Ordem, nas areias da Zona Sul. O jornal O GLOBO revela todo esquema montado pelo secretário de Ordem Pública, Rodrigo Bethlem.

Funciona assim:

No mês passado foi criada a Associação dos Barraqueiros da Cidade do Rio de Janeiro (PróRio), que tem como presidente João Marcello Barreto, que vem a ser o filho do empresário João Barreto, que tem o monopólio de exploração dos 309 quiosques da orla, do Leme ao Pontal.

Todos os quiosques só podem comprar produtos fornecidos pela sua empresa Orla Rio Associados. O vice-presidente da empresa é o filho João Marcello. O endereço da empresa é o mesmo da Associação dos Barraqueiros. Pelo contrato, reproduzido na matéria, a empresa Orla Rio será fornecedora exclusiva dos barraqueiros que ficarem na areia.

Na prática, o empresário João Barreto agora manda em todos os quiosques e todos os barraqueiros da orla marítima. É literalmente o Rei da Orla.

Isso com um pequeno detalhe: o prefeito Eduardo Paes e o secretário Bethlem não fizeram licitação.

Isso, que Paes e seu aprendiz de xerife Bethlem chamam ordenar a praia. Tiraram o ganha-pão de centenas de chefes de família e entregaram tudo de bandeja para um empresário, que agora tem o monopólio da praia. Ninguém vai poder vender nada, na areia ou no calçadão que não seja fornecido pela sua empresa.

A coisa é tão escandalosa, que o filho do empresário, esse João Marcello, que agora se diz barraqueiro faz uma ameaça velada: “Os ambulantes da areia podem até comprar gelo em outro lugar, mas terão dificuldade para descarregar, por conta das restrições da prefeitura à operações de carga e descarga”. Como quem diz: nós não teremos esse problema. Por que será?

E agora o secretário Bethlem não vai falar nada? E o prefeito Paes vai ficar calado?

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