Ultrapassa todos os limites do bom senso o que Cabral e Paes, principalmente o primeiro, estão fazendo com o dinheiro público. A bilionária Athina Onassis é detentora de um patrimônio avaliado em US$ 3 bilhões e ocupa seu tempo realizando eventos de Hipismo para um público formado por gente rica.

O torneio deste ano, que começa nesta quinta-feira (26), na Hípica, na Lagoa, tem ingressos a R$ 350 e uma mesa valendo para os 3 dias do evento sai por “módicos” R$ 17 mil. Terá várias lojas de grifes de luxo, um spa e até uma filial da Disco, boate freqüentada pelos paulistas endinheirados. Em suma é um esporte para ricos, um cavalo de competição custa mais de R$ 1 milhão e os ingressos caríssimos são para um público da alta sociedade.

Pois com tudo isso, como podem ver na nota do Informe do Dia (acima), Cabral entrou com R$ 2 milhões de patrocínio e Paes com outros R$ 2 milhões. Cabral, muito generoso, ainda está fazendo uma renúncia fiscal de R$ 8 milhões, que os organizadores poderão descontar no pagamento de ICMS. Ao todo são R$ 12 milhões.

Agora vejam a contradição e o preconceito. Um grupo de professores de Educação Física queria realizar uma competição com jovens carentes dos municípios da Região dos Lagos procurou a secretária estadual de Esportes, Márcia Lins em busca de patrocínio e nunca conseguiu sequer ser recebido. Precisavam de R$ 100 mil para o projeto. Um assessor lhes informou – percebam a mentira - que por causa da perda dos royalties do petróleo (que ainda não aconteceu na prática), o Estado não tinha verba para patrocínios este ano. Quer dizer R$ 100 mil para um evento esportivo com jovens carentes, Cabral não libera, mas para uma bilionária com US$ 3 bilhões de patrimônio, ele dá R$ 2 milhões, mais incentivos fiscais de R$ 8 milhões, para entre outras coisas montar uma boate para os ricos e socialites se divertírem. É espantoso o que Cabral e Paes estão fazendo com o dinheiro público.


Em tempo: Isso me faz lembrar a polêmica recente do ator Sylvester Stallone que veio filmar no Rio e depois postou na internet o seguinte comentário desmerecendo os brasileiros: "Lá você pode atirar nas pessoas, explodir coisas e eles dizem 'obrigado! E aqui está um macaco para você levar para casa'.”. Se seguir essa linha, Athina Onassis deve estar pensando: “Lá no Rio é uma maravilha. Tenho US$ 3 bilhões, mas eles bancam tudo pra mim, até uma boate de S.Paulo para eu dançar. É bom demais”. Coisas de Cabral e seu “boneco de ventríloquo” Eduardo Paes.


Em tempo 2: Os convidados dos camarotes e quem comprar ingresso para a área vip será recepcionado com champanhe francês, uma cortesia de Athina Onassis, patrocinada com o dinheiro público do Estado e da prefeitura do Rio. Não é um luxo?


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