O artigo do professor de Direito Constitucional da Fundação Getúlio Vargas, Joaquim Falcão é quase cirúrgico na análise sobre a participação - como protagonistas ou por omissão - de outros poderes no maior assalto aos cofres públicos da história do Rio de Janeiro, que tem como chefe maior da quadrilha o ex-governador Sérgio Cabral. O professor Joaquim Falcão bate na mesma tecla que eu ao sustentar que a roubalheira sem similar só foi possível graças ao silêncio da Judiciário e do Ministério Publico Estadual. E que o Legislativo fluminense (ALERJ) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) foram contaminados pela corrupção desenfreada.
O professor Joaquim Falcão é articulista do Globo e foi presidente da Fundação Roberto Marinho, que hoje é presidida por José Roberto Marinho. Talvez isso explique a única imprecisão, ou melhor, omissão do seu excelente artigo. Faltou lembrar a participação atuante e decisiva da mídia que blindou a quadrilha de Sérgio Cabral, manteve um silêncio assustador diante da proliferação da corrupção endêmica que tomou conta do Estado, que aliás, foi frisada pelo coordenador da Lava Jato no Rio, o procurador Eduardo El Hage, Segundo ele, a corrupção tomou conta de todas os setores do governo estadual, e, claro, se expandiu para prefeituras peemedebistas, a começar pelo Rio com Eduardo Paes e Nova Iguaçu com Nelson Bornier, entre várias outras, com a colaboração efetiva da Alerj e do Tribunal de Contas.