Mais uma vez o nosso blog acertou quando denunciou há mais de 3 anos a Transexpert. A empresa era utilizada pelo grupo de Cabral para guardar dinheiro em espécie. Agora a Polícia Federal rastreou ligações do celular de Hudson Braga, o Braguinha, e descobriu detalhes da movimentação feita por Sérgio Cabral, através da Trans-Expert Vigilância e Valores de Transporte. Segundo a Polícia Federal, a Trans-Expert chegou a receber em apenas um mês R$ 2 milhões para ficarem guardados em espécie no cofre da empresa.
Me desculpem discordar dos agentes da Polícia Federal. As informações que temos estão um pouco mais adiantadas. E podemos assegurar que a empresa, que tinha autorização para guardar dinheiro em espécie até R$ 90 milhões por mês, mais da metade desse valor era movimentado somente por Sérgio Cabral, e o restante dois deputados influentes da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Aliás, segundo informações que disponho, os agentes da Polícia Federal têm em mãos uma cópia do Imposto de Renda de Adriana Ancelmo onde ela declara ter valores em espécie guardados na Trans-Expert. É pública a insatisfação de David Sampaio, o verdadeiro dono da Trans-Expert, cuja origem é a Polícia Civil, com o governo Cabral / Pezão, especialmente com o deputado Paulo Melo, que deixou de pagar uma enorme quantidade de dinheiro a outra empresa pertencente a David Sampaio e que prestou serviços ao Detran. O desentendimento entre David e o grupo de Cabral chegou a tal ponto que, revoltado com a quantidade de dinheiro guardada pela quadrilha do PMDB na sua empresa, quis descontar na marra a dívida do Estado com ele, o que lógico não ocorreu por intervenção de Hudson Braga, que foi claro: “O dinheiro que está aí é nosso, meu, do Cabral, da Adriana, do Paulo Melo e de outros. Sua dívida é com o Estado”.
Há também outro fato curioso a ser investigado, basta que a imprensa que recorra a seus próprios arquivos. Trata-se de um incêndio até hoje mal explicado na sede da Trans-Expert, ocorrido em 2015, e que teria queimado dinheiro da quadrilha de Cabral. Ninguém entende porque até hoje ninguém recorreu ao seguro para receber os valores que estavam depositados na empresa.
A Operação Calicute diz ter encontrado finalmente o caixa-forte da quadrilha de Cabral e que os detalhes estavam na agenda eletrônica de compromissos de Hudson Braga, que teve mais 70 encontros com David Sampaio, o que demonstra segundo a Polícia Federal “uma relação de intensa e de proximidade”. A Polícia Federal e o Ministério Pùblico Federal se quiserem descobrir os maiores valores depositados por Cabral no exterior procurem o senhor Bruce Wood, que mora em Nova Iorque e abriu várias off shores para Cabral e Sérgio Côrtes em Delaware, uma espécie de paraíso fiscal nos Estados Unidos. Tudo o que apareceu até agora vai parecer fichinha perto da quantidade de dinheiro que foi para as off shores ou bancos operados pelo esquema Cabral, Ancelmo e Associados. Aliás, dou um prêmio a quem acertar quem é hoje o maior credor com dinheiro a receber do Estado.
E nessa história toda Beltrame não sabia de nada? Como vocês poderão relembrar no vídeo abaixo, perguntei a José Mariano Beltrame quem pagava o aluguel da cobertura onde ele morava em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro no ano de 2013. É possível pagar o condomínio e o aluguel com o seu salário de secretário? Vocês vão ver o que ele responde, uma tremenda cascata.
O ex-secretário Beltrame, como homem de investigação, não conseguiu descobrir que morava num apartamento de um “laranja” de Cabral, que está preso e que com o salário de pouco mais de R$ 10 mil adquiriu uma lancha no valor de R$ 5 milhões. Não descobriu o tesouro milionário de jóias de Adriana Ancelmo. Não descobriu o dinheiro guardado em espécie de seus superiores na empresa de um policial civil, a Trans-Expert. Não descobriu os valores superfaturados dos carros de polícia sob seu comando. Não descobriu o superfaturamento pago a organizações sociais que faliram a saúde do Estado. Não descobriu o escândalo dos precatórios sob o comando de Regis Fichtner e Adriana Ancelmo. Nunca desconfiou das viagens sem autorização do seu chefe, Sérgio Cabral, ao exterior. Não descobriu, não descobriu...
Um homem que comandou durante quase 10 anos a Segurança Pública, e sua origem é o setor de Inteligência da Polícia Federal, não conseguiu descobrir nada disso. Só restam duas hipóteses, e nas duas ele merece perder o cargo de delegado federal, que conseguiu sem fazer concurso: ou foi cumplicidade ou incompetência. De qualquer maneira deveria ser demitido.