Como vocês poderão ver no documento abaixo, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputado Padre João (PT-MG) oficiou o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot para que eu possa entregar a documentação definitiva a respeito dos 27 denunciados na notícia-crime protocolada por mim no dia 4 de novembro junto à PGR. Para entender melhor a confusão criada neste caso vou fazer dar uma explicação detalhada das datas.
No ano de 2012 dei entrada numa notícia-crime contra Sérgio Cabral e outros junto à Procuradoria Geral da República em Brasília, na época na condição de deputado federal. Àquela época denunciei a maioria dos fatos que levaram o ex-governador e parte de sua quadrilha a ser presa em duas operações, Calicute e Lava Jato.
No dia 4 de novembro, treze dias antes da Operação Calicute, retornei à Procuradoria em Brasília para saber as providências tinham sido tomadas em relação às denúncias que apresentei no ano de 2012. Para minha surpresa e dos meus assessores, Thiago Godoy e Daniel Jorge, lotados no meu gabinete de deputado federal na época da primeira denúncia, fui informado que não havia sido encontrada em nenhuma gaveta da PGR a documentação que entreguei em 2012. Para não ser uma viagem perdida fui ao gabinete da minha filha, deputada Clarissa Garotinho, no próprio dia 4 e reimprimi as denúncias de 2012, acrescentando alguns fatos novos e mais nomes envolvidos nas falcatruas, e como Procurador Geral, Dr. Janot, encontrava-se na data na Bahia ficou acertado para o dia 24 de novembro a entrega da nova documentação com todos os elementos de prova contra os denunciados que são:
Sérgio Cabral (já preso)
Luiz Fernando Pezão
Regis Fichtner
Wilson Carlos (já preso)
Sérgio Côrtes
José Mariano Beltrame
Hudson Braga, o Braguinha (já preso)
Carlos Emanuel, o Avestruz (já preso)
Wagner Victer
Armando Costa Vieira Júnior
Andrea Pereira Neves
Adriana Ancelmo (já presa)
Jorge Picciani
Paulo Melo
Eduardo Paes
Luiz Carlos Bezerra (já preso)
Hans Dohnan
Fernando Cavendish (já preso)
Rodrigo Bethlem
Arthur Cesar de Meneses Soares Filho, o Rei Arthur
George Sadala
Ronald de Carvalho
Cesar Romero Viana Júnior
Nelson Côrtes
Ary Ferreira da Costa Filho, o Aryzinho
Desembargador Luiz Zveiter
Arrolei ainda diversas testemunhas, algumas delas já presas e peço a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de 104 pessoas e empresas, entre elas, Maurício Cabral (irmão do ex-governador), H. Stern, Cristina Bonner (dona da Investiplan, que participou do Mensalão do Distrito Federal e que comandou o Rio Poupa Tempo junto com George Sadala), Coelho e Ancelmo Advogados Associados, Werner Coiffeur, Termas Monte Carlo, Terma Solarium Ltda, Pedro Lino da Câmara e Souza, Lavouro Factoring, Saquarema Vip Serviços Especiais, Agrobilara Comércio e Participações, além de outros.
Outra surpresa, no dia 28 de novembro o Subprocurador Geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada me envia um documento datado do dia 28 de outubro de 2016 afirmando que a documentação não encontrada no dia 4 de novembro havia sido analisada e enviada para o Rio de Janeiro já que naquela ocasião (2012) o único dos denunciados por mim que detinha foro de prerrogativa, Sérgio Cabral, não era mais governador, e os documentos tinham que ser analisados agora pela Procuradoria no Rio. Esqueceu o nobre Subprocurador de falar dos documentos entregues no dia 4 de novembro que contém denúncias graves contra duas pessoas com foro de prerrogativa, o atual governador Pezão e o desembargador Luiz Zveiter.
Entendo o momento complicado e atribulado que a PGR vive com centenas de delações, denúncias pipocando no Brasil inteiro, mas os fatos levados por mim são gravíssimos do ponto de vista criminal, e creio que também provocaram uma reação com sérias consequências para a minha integridade física pessoal.