Muita gente, assim como eu, defendia a intervenção geral no Rio de Janeiro. As finanças na prática, por conta da recuperação fiscal já têm um conselho supervisor com dois nomes federais acompanhando os gastos, e a segurança pública com o general Braga Netto já estão sob intervenção.
Mas existem cenários possíveis nos próximos meses que são tão ou mais tenebrosos que o desgoverno Pezão.
Se a Lava Jato prender ou afastar Pezão do cargo quem assume é o vice Francisco Dornelles, que está com 83 anos, com a saúde seriamente debilitada, não tem mais condições de trabalho. Imaginem o caos.
Por outro lado Pezão está cassado pelo TRE e aguardando julgamento de recurso no TSE. Em caso de cassação sai ele e o vice Dornelles, porque o processo é contra chapa, não apenas contra Pezão. Nesse caso, na teoria, assumiria o presidente da ALERJ, Jorge Picciani. Só que ele está licenciado porque está preso.
Aí existem duas possibilidades. No caso de Picciani continuar preso e renunciar seria eleito um novo presidente da Alerj, que então seria o governador. Pela composição hoje da Alerj já imaginaram o jogo de interesses escusos que envolveria a eleição de um novo presidente?
Na hipótese de Picciani permanecer como presidente licenciado, sobraria para o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Milton Fernandes de Souza, que teria que assumir o governo, por mais bem intencionado que seja, sem o conhecimento mínimo da máquina estadual, dependendo dos deputados estaduais para administrar.
É por isso que já ouvi de algumas pessoas que conhecem bem a política fluminense e a máquina pública que, por incrível que possa parecer, talvez seja menos pior aguentar Pezão mais alguns meses. É duro!