A Justiça do Rio ouviu nesta quinta-feira testemunhas no processo que acusa Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo de usar helicópteros públicos para fins particulares.
O primeiro a ser ouvido foi Fernando Cavendish, companheiro da farra dos guardanapos, que disse ter convivido com Cabral e Adriana desde 2003. O empreiteiro chegou a ter uma casa no mesmo condomínio de luxo do então governador.
Segundo Cavendish, Cabral ia para Mangaratiba todo final de semana, sempre utilizando helicópteros do governo, levando inclusive parentes.
Dono da construtora Delta, Fernando Cavendish foi preso em julho de 2016, na Operação Saqueador. Na Lava Jato, a Delta é acusada de abastecer com propina caixas de campanhas eleitorais de políticos.
O juiz Guilherme Schilling também ouviu testemunhas de acusação, inclusive pilotos que trabalham para o Estado do Rio. Eles confirmaram o uso de helicóptero do governo para as viagens para Mangaratiba. E confirmam inclusive que levaram equipes de babás sem a presença do ex-governador. Os pilotos também destacaram o custo das aeronaves, algo em torno de mil dólares por hora.
Segundo o Ministério Público, Cabral e Adriana Ancelmo usaram helicópteros do governo para fins pessoais em 2281 voos. O prejuízo para os cofres públicos fica em torno de R$ 20 milhões.