Laudo assinado por um técnico pericial e a Diretora da Divisão de Evidências digitais e tecnologia Maria do Carmo Gargaglione traz uma informação técnica complementar ao laudo que desmente de maneira categórica informação trazida pelos Engenheiros Eletricistas do Tribunal de Justiça.
“Acresça-se que o laudo realizado pelo setor de Segurança Eletrônica do Tribunal de Justiça do Rio não menciona achados importantes como: (I) A INTERRUPÇÃO DO FLUXO DE GRAVAÇÃO NAS CÂMERAS E O MAIS GRAVE INDÍCIO DE INTERFERÊNCIA HUMANA, A TROCA DOS CABOS ENTRE AS CÂMERAS DO PÁTIO DE VISITAS DA CANTINA E DA GALERIA B ENTRADA."
No laudo elaborado pelo Ministério Público foram usados 269 arquivos armazenados em 16 pastas que permitiram o sincronismo de várias câmeras, de modo a viabilizar análises profundas e seguras que fundamentam a conclusão descrita pelo Ministério Público.
“A câmera designada como GALERIA B FUNDOS, apesar da distância e localização, capta, sem sombra de dúvidas, a chegada dos agentes, sendo possível ver nitidamente a mão de um agente ao gesticular em conversa com os demais na mesma linha em que deveria ter sido captada a cena em que o ex-governador Anthony Garotinho bate palmas. Tal achado afasta a hipótese trazido no laudo do TJ conforme demonstrado na figura abaixo.”
Durante algum tempo algumas pessoas chegaram mesmo a acreditar na versão apresentada pelos aliados de Cabral de que eu teria me auto agredido em Benfica. Agora não há mais dúvida. A análise do Ministério Público é criteriosa, técnica e imparcial. Aliás, a situação é tão grave que a promotora que cuida do caso, além de avocar para o Ministério Público o inquérito que estava na Delegacia de Polícia praticamente parado, deve conforme o relato que ela ouviu de mim e de outras pessoas, mudar a tipificação do que aconteceu comigo em Benfica de AGRESSÃO para TORTURA, que na verdade foi o que eu sofri.
Se este cidadão que esmagou o terceiro dedo do meu pé direito, deferiu uma paulada na rótula da mesma perna e ainda encostou um revólver no meu rosto, dizendo: “você não vai morrer agora porque eu não quero sujar para o pessoal aqui do lado” - apontando para a galeria onde estavam os presos da lava-jato – não quis me matar, o que ele quis foi exatamente me torturar como força de ameaçar. Afinal, ele disse: “você gosta de falar muito, né?”.