Neste Primeiro de Maio, o Brasil se curva diante da memória e da luta dos trabalhadores. É mais que uma data no calendário — é um marco cravado no sangue e no suor daqueles que construíram esta nação com as próprias mãos, muitas vezes caladas, muitas vezes esquecidas.

E como não lembrar de Getúlio Vargas? O homem que, entre aplausos e perseguições, ergueu as bases da legislação trabalhista brasileira. Foi ele quem transformou o trabalhador em cidadão, quando ainda era tratado como peça da engrenagem.

O eco de sua Carta Testamento, lida entre lágrimas e tensão em agosto de 1954, ainda vibra no coração da classe trabalhadora:
“Lutei contra a espoliação do povo. Tenho sido o advogado dos humildes. A resposta do povo virá mais tarde.”

E ela ainda virá. A cada 1º de Maio, ela grita nos atos, nas faixas, nas vozes que se levantam por justiça, dignidade e direitos.

Getúlio se foi, mas deixou à classe trabalhadora uma bandeira. Uma bandeira de luta, de conquista, de resistência. Hoje, ela está nas mãos de cada trabalhador que não se cala diante da exploração, que sonha com um país mais justo.

O Primeiro de Maio não é apenas um feriado. É memória. É trincheira. É promessa de que jamais aceitaremos retrocessos. Que honraremos aqueles que vieram antes e abriremos caminho para os que virão.

Porque como escreveu Getúlio, com o coração rasgado e a alma ferida:
“Saio da vida para entrar na História.”

E o trabalhador brasileiro continua escrevendo essa história.

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