Quando se pensa que o Rio chegou ao fundo do poço, a gente vê que ainda não é o fundo, tem coisa pior. Saiba agora, lendo esta matéria, os detalhes da negociação entre o Exército Brasileiro e lideranças do Comando Vermelho intermediada pela SEAP para recuperar as armas que foram roubadas do quartel do Exército na cidade de Barueri, em São Paulo.

No dia 19/10/2023, um agente do Serviço de Inteligência Penitenciária (SSISPEM) tentou enganar os policiais penais da portaria do Presídio Vicente Piragibe ao ingressar naquele presídio com dois homens, por volta das 18:20h. Para isso, falsificou o livro público de entrada da unidade (pertencente à portaria unificada). Com os nomes e identidade funcional falsificados de Lima e Bruno, informando que ambos eram policiais penais e se prevalecendo de ser servidor da Inteligência da SEAP, usurpou a função lançando em livro publico de entrada nomes e matrículas falsas desses servidores.

Veja o livro de visitantes falsificado:



Na verdade, tratava-se de dois integrantes do Exército Brasileiro que, fora do horário regulamentar, ingressaram no Presídio Vicente Piragibe para uma operação não oficial com lideranças desta facção criminosa.

O policial penal Teone Pereira, lotado na portaria unificada, ao verificar o sistema de identificação do servidor, constatou que ambos não eram policiais penais e na saída, ao abordar o policial penal Janse, o mesmo informou que os dois falsos policiais penais eram militares do Exército Brasileiro e estavam em missão sigilosa a mando do Subsecretário de Inteligência da SEAP, Leonardo Silveira Franceschin. Janse ainda ameaçou o policial Teone afirmando que, se não liberasse a saída dos militares, haveria um sério problema.

Na verdade, não era nenhuma operação sigilosa. Era uma negociação com a cúpula do Comando Vermelho. Janse alegou que os militares estariam ali para tentar negociar a devolução dos fuzis calibre .50 roubados em São Paulo, do quartel da cidade de Barueri e necessitava que não constasse em livro a identificação dos militares do Exército Brasileiro, já que não era conforme ele havia dito anteriormente, uma missão oficial, e sim uma negociação ilegal.

O policial Teone não se rendeu às ameaças de Janse que, imediatamente, começou a fazer contato com o Subsecretário Leonardo Silveira Franceschin, deu voz de prisão a todos e acionou o policial penal Ricardo Santos de Souza. Ricardo fez contato com o coordenador do presídio Demétrio que, ao entrar em contato com o Subsecretário Leonardo foi informado por ele que estava proibido de tomar quaisquer medidas administrativas e criminais sob pena de perda do cargo.

Para confirmação dessas informações, basta solicitar o livro de entrada de servidores do Presídio Vicente Piragibe à portaria unificada e a tomada de depoimentos dos servidores Teone, Ricardo e Demétrio e serão expostos os crimes praticados por Leonardo Silveira Franceschin e Janse.

O que aconteceu ao final, a população tomou conhecimento pelos jornais. Logo após a cúpula do Comando Vermelho ser informada pelos oficiais do Exército que os mesmos já sabiam que os fuzis estavam na Rocinha e que o Exército Brasileiro cercaria aquela comunidade com seus homens conjuntamente com a Polícia Militar e entraria na comunidade para retomar as armas, os líderes da facção criminosa deram ordem para que os fuzis fossem colocados dentro de um carro abandonado em Jacarepaguá, de onde foram recolhidos pela Polícia Militar e entregues ao Exército Brasileiro sem que ninguém fosse preso ou identificado.

Se esse fato não se constitui em acordo entre autoridades e a facção criminosa, sinceramente, eu não sei mais definir o que é crime no Estado do Rio de Janeiro.

Seria bom que a secretária Maria Rosa Lo Duca Nebel tomasse conhecimento do que anda fazendo o seu subsecretário, Leonardo Silveira Franceschin.

Amanhã vamos mostrar o que está por trás de uma grande negociata no Estado no programa Cesta de Custódia.

Comentários

05/06/2025

06:54

Jorge Lino Costa Silva - Rio de janeiro

São coisas que acontecem e povo nao fica sabendo, cabe uma explicação da cúpula da Segurança do Rj, pois que, crimes foram praticados. E o mais importante é acionar o MP.