Na última terça-feira mostrei a irresponsabilidade de Cláudio Castro e Bacellar. Combinaram de demitir Washington Reis na volta de sua viagem e Bacellar vazou a notícia antes. O governador negou o fato, Bacellar então assumiu o cargo e cumpriu o combinado, demitiu o secretário. Traição dos dois. Revelei o recado de Bolsonaro a Rodrigo Bacellar em Buzios, dado por seu filho Flávio e o compromisso de Claudio Castro em renomear Washington Reis ao governo. CASTRO mais uma vez descumpriu, diante da ameaça de sua base de tirá-lo do cargo e Bacellar assumir logo o Governo do Estado. Foram fatos, não versões.
Ontem, mais um capítulo. Bolsonaro rompeu com o Governador e Bacellar. O jogo não terminou e teremos fatos graves nos próximos dias. A maioria jamais admite: há um limite para a lealdade, e ela se rompe quando a verdade é traída. 0 homem livre não está preso à sentimentos, está comprometido com a clareza, não se curva por afinidades, nem se cala por conveniência. Foi o que fiz ao divulgar todos os fatos e ser criticado até por familiares e amigos, mas isso chama coerência. É difícil, mas é nesse gesto que o conhecimento se diferencia da conveniência, e só cresce quem tem coragem de decepcionar quem o ama. Como dizia Sêneca, "um amigo leal é aquele que ousa te ferir pela sua melhora". A verdade é impessoal, ela não deve favores, não faz concessões. Não se trata de "brigar com todo mundo" mas de estar disposto a confrontar se for preciso, como fiz na época com Cabral e agora com Castro. Só assim o caráter permanece limpo.
O pensamento crítico é o exercício constante de se separar do consenso. E isso inclui romper com o calor morno de amizades, quando elas impedem sua integridade intelectual.
O que a maioria chama de acordo politico é só um pacto de silêncio, uma associação para manter as máscaras no mesmo lugar. Não sou assim, não serei assim, mesmo que isso me custe caro, como tem sido até hoje.
O nosso Estado está dominado por políticos bandidos e quem o ama tem o dever moral de enfrentá-los.